segunda-feira, 30 de julho de 2012

O desafio da substituição

Não sei quantos de vocês já passaram por este desafio; mas, substituir um professor é algo realmente delicado. Explico: fui convidada para assumir as aulas de Língua Inglesa de um colégio, uma vez que a professora que lá estava saiu quando acabou o semestre. Aceitei o desafio e confesso que tenho pensado demais em como fazê-lo de forma que não seja tão traumático para os meus futuros alunos.

Como havia feito estágio com a professora que saiu, sabia um pouco do seu método de trabalho. Ainda assim, "pegar" o planejamento que foi feito por outra pessoa é complicado. Ainda não conseguir ler os Diários de Classe, para saber exatamente o que foi cumprido ou não - talvez isso me tranquilize mais depois. De qualquer forma, já decidi que terei que fazer algumas alterações no que estava previsto para os maiores. A principal delas?! Trazer alguns elementos que permitam que os educandos dos últimos anos consigam fazer uma prova de vestibular sem tantas dores de cabeça.

Fazer esta opção foi bastante complicado. Primeiro, porque sei que os alunos terão duas adaptações: a da nova professora e a do novo conteúdo. Segundo porque eu acho o vestibular um processo burro e injusto e me render à preparação para ele é como se estivesse, de certa forma, "me vendendo". Encarar os fatos é duro demais. Embora a escola siga uma linha que se aproxima muito mais da escola democrática do que da tradicional, os alunos estão realmente muito distante do que será cobrado nas grandes provas, por isso, a decisão de ensinar algumas técnicas de leitura e interpretação que lhes permitam ir bem nos vestibulares foi o que achei mais viável. Espero que dê certo.

Além da angústia do conteúdo, passei também pelo tormento do livro didático. Ao contrário da maior parte dos professores, eu não sou obrigada a seguir 100% do livro. O problema é que, ao seguir o planejamento da professora anterior, não usarei nem 5% do material. Considerando que os alunos - ainda que pagantes - pertencem às classes C e D da população, comprar um livro que não será usado é uma judiação. Sem contar que a obra não é ruim, ela traz conteúdos muito próximos a vários livros didáticos com prestígio no mercado.

Eu entendo as escolhas da outra professora e reconheço o quanto ela era esplêndida em seu cargo. Nos poucos momentos em que estivemos juntas, vi que a experiência que ela acumulou em todos estes anos de magistério contribui fortemente para a prática que ela tem em sala de aula. E, sem demagogia alguma, acho isso louvável. :) Talvez por isso que as minhas mudanças tenham sindo tão difícieis de serem feitas...

Em uma nova estrada, um longo caminho... ;)

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